Takao Furuno: Marriage of duck and rice / Casamento Pato com Arroz

Um sistema agrícola de pequena escala no Japão está atualmente a fornecer uma produção de arroz que ultrapassa as colheitas de sistemas industriais de arroz entre 20 a 50%. Uma maior produção de arroz cresce em sinergia com uma variedade de outros alimentos: apenas seis hectares do agricultor japonês Takao Furuno por vezes obscuram a receita bruta de uma quinta de arroz de 600 hectares no Texas.

Sem usar pesticidas e fertilizantes provenientes de combustíveis fósseis que tradicionalmente são necessários para produzir elevada receita de monoculturas, Furuno pode colocar no mercado o seu arroz a preço premium de 20-30% mais do que o arroz convencional no Japão. A sua quinta, baseia-se em modelos de sistemas vivos complexos, e também produz uma variedade impressionante de outros alimentos, incluindo ovos de pata, peixe, carne de pato, vegetais, trigo e figos. Esta sinergia biológica de sucesso garante a Furuno um rendimento annual de 160 mil dólares, e os seus métodos têm sido partilhados e empregues por 75 mil agricultores de pequena escala no Japão, Coreia do Sul, Vietname, Filipinas, Laos, Cambodja, Malásia, China, Taiwan, Índia, Cuba e Bangladesh.

Este sistema complexo de multi-espécies, que é completamente independente de quaisquer inputs externos de outras quintas, primeiro faz-se a sementeira de arroz colocada em blocos inundados, antes de serem introduzidos patos. Os insetos que normalmente se alimentos das jovens plantas de arroz, são alimento para os patos. Furuno depois introduz botias, que é uma variedade de peixe de cultivo fácil (que posteriormente são vendidos) e azolas, um jacinto aquático que fixa o nitrogénio do ar, que é importante para o crescimento saudável do arroz, sendo assim um substituto natural de fertilizantes artificiais. O crescimento do arroz é assim controlado pelos patos e peixes. Os dejetos deste animais são nutrientes adicionais para o arroz florescer. Os patos são verdadeiros ‘sachadores’, eliminando a necessidade de 240 pessoas/hora por hectare todos os anos. Além de controlarem as ervas e os insetos, ao nadar oxigenam a água, o que encoraja as raízes do arroz a crescer. Assim que se formam os grãos de arroz, os patos são retirados dos campos, e são mantidos noutra parte da quinta onde são alimentados com o excedente de arroz. Na quinta também se cultivam figos nas margens do campos de arroz e faz-se rotação de culturas com vegetais e trigo para evitar as pragas no solos.

Sendo altamente produtiva a quinta de Furuno tem servido de modelo para Sistemas de agricultura biológica de pequena escala, e este agricultor japonês partilha o seu conhecimento e processos de trabalho com governo e organizações agrícolas. E apesar do seu sucesso este modelo ainda se mantém como uma atividade de nicho’. Este modelo imita ecossistemas vivos dinâmicos e complexos. E o resultado é um benéfico casamento pato com arroz que elimina custos e aumenta a produção.

A small-scale, organic farming system in Japan is currently providing a rice yield that exceeds industrial rice systems’ harvests by 20-50%. A higher yield of rice grows synergistically with a variety of other food stuffs: just six acres of the Japanese farmer Takao Furuno sometimes eclipses the gross income of a typical 600 acre rice farm in Texas.

Using none of the fossil fuel fertilisers and pesticides traditionally required to grow high-yield monoculture crops, Furuno can market his rice at a 20-30% premium over conventionally grown rice in Japan. His farm, which has been modelled on complex dynamic living systems, also produces an impressive range of additional food products, including duck eggs, fish, duck meat, vegetables, wheat and figs. This very successful, organic synergy now sees Furuno enjoy an annual income of USD 160,000, while his methods have been shared and employed by 75,000 small-scale farmers in Japan, as well as South Korea, Vietnam, the Philippines, Laos, Cambodia, Malaysia, China, Taiwan, India, Cuba and Bangladesh.

The complex multi-species system, which is completely independent of any outside farm inputs, first requires rice seedlings to be set into flooded rice paddies, before introducing a raft of ducklings. Insects that normally feed on the young rice plants, provide food for the ducklings. Mr Furuno then introduces loaches, which are a variety of easily cultivated fish (later sold to eat) and Azolla, a water fern that fixes nitrogen from the air, which is important for the healthy growth of the rice, therefore providing a natural substitute for artificial fertilisers. Its growth is kept under control by the grazing ducks and fish. The fish and duck droppings provide additional nutrients that the rice needs to flourish. The ducks are true ‘weeders’ that avoid an estimated 240 person hours per hectare in manual weeding every year. As well as controlling the insects and weeds, the ducks’ paddling feet oxygenate the water, encouraging the roots of the rice plants to grow. The ducks remain in the paddy field until the rice plants form ears of grain and then they are removed from the field and kept in another part of the farm and fed on surplus rice grain. At the farm, there are also figs on the edges of the paddy fields and crops rotation vegetable crops and wheat, preventing the buildup of pests in the farm soil.

Being highly productive Furuno’s farm has been a model for small-scale organic farming systems, and this Japanese farmer shares his knowledge and working processes with governments and agricultural organisations. And despite its success, Furuno’s model still remains what some would describe as a ‘niche activity’. This model mimics complex dynamic living ecosystems. And the result of this beneficial marriage of duck and rice is that costs are eliminated and more rice is obtained.

Image By bertconcepts さん http://www.flickr.com/photos/bertconcepts/ – http://www.flickr.com/photos/bertconcepts/4508186499/in/photostream, CC BY 2.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=26167519

Industrial Symbiosis Potential

Initiatives inspired by the principles of Circular Economy and its tools like Industrial Symbiosis are becoming pillars of innovative European Union’s environmental policies. Some studies deal with the environmental benefits of industrial symbiosis and some adopt a cluster approach like in our paper “Industrial symbiosis potential in traditional industries” (p. 47-54) where it is showed how the fish canning industry has potential while co-operating in a cluster by sharing economic, technical and organisational resources and using common infrastructures and services to develop a competitive strategy to enhance the competitiveness of their products.

Iniciativas inspiradas pelos princípios da Economia Circular e pelas suas ferramentas como a Simbiose Industrial estão a tornar-se pilares das políticas ambientais inovadoras da União Europeia. Alguns estudos tratam os benefícios ambientais da simbiose industrial e alguns adoptam uma abordagem de cluster como o nosso artigo “Industrial symbiosis potential in traditional industries” (p. 47-54) onde se mostra como a indústria conserveira tem potencial ao cooperar num cluster partilhando recursos económico, técnicos e organizacionais e utilizando serviços infraestruturas comuns para desenvolver uma estratégia competitiva que reforce a competitividade dos seus produtos.

 

What can separate circular economy from the myriad of other approaches?

The future of the circular economy can be matchmaking: companies match existing material waste streams with new applications in supply chains. But it can also be: use replacing consumption. Resources are regenerated or recovered and restored. Life processes regenerate materials with or without human intervention.

Regarding resources, namely water, there’s a problem that is usually known as “anthropic drought”, prompted by water resource management more focused in increasing the offer than in managing consumptions. For this, a new culture in terms of water must be favoured based on water management that thrives on effectiveness and efficiency either in water supply systems or in use of water.

Decisions in relation to resources should thrive on controlling the resource in such a way that this remains a stable resource and also on adopting good habits that help maintain the resource.

For instance, a sector highly dependent on water and responsible for the highest consumption of water is agriculture, consequently measures that intend to reduce water consumption are crucial. In Kalundborg Symbiosis 3 million cubic metres of water are saved through recycling and reuse.


O futuro da economia circular podem ser as correspondências: as empresas fazem corresponder fluxos de resíduos existentes com novas aplicações na cadeia do produto. Mas também pode ser o uso a substituir o consumo. Os recursos regeneram-se ou são recuperados e restaurados. Os processos naturais da vida regeneram materiais, com ou sem intervenção humana.

Relativamente aos recursos, nomeadamente à água, existe um problema que pode ser designado “seca antrópica”, provocada por uma gestão de água mais centrada no aumento da oferta do que na administração dos consumos. Por este motivo, importa uma nova cultura da água baseada na gestão da água que prime pela eficácia e eficiência quer nos sistemas de abastecimento quer nos usos da água.

As decisões quanto aos recursos, nomeadamente a água, devem primar por controlar a água de modo a que esta continue a ser um recurso estável e também pela adopção de bons hábitos que contribuam para a manutenção deste recurso.

Por exemplo, a agricultura é um sector altamente dependente da água e um dos sectores de maior consumo de água, por isso medidas para reduzir o consumo de água são cruciais. Na Simbiose de Kalundborg 3 milhões de metros cúbicos de água são poupados através da reciclagem e da reutilização.

H2O

Kalundborg

An association between industrial facilities and companies in Kalundborg (Denmark) in which the wastes and/or byproducts of one become the raw materials for another – Kalundborg Symbiosis is  is the world’s first working industrial symbiosis. For over 50 years, Kalundborg has been home to the first — and still the most advanced — example of this concept. Industrial symbiosis helps companies to reduce raw material and waste disposal costs, to earn new revenue from residues and byproducts, to divert waste from landfill, to reduce carbon emissions, and to open up new business opportunities. It brings advantages to both parties, and it is done for commercial and environmental reasons.

Uma associação entre empresas e indústrias em Kalundborg (Dinamarca)  na qual os resíduos e/ou subprodutos de uma se tornam as matérias-primas de outra – Simbiose de Kalundborg é primeira simbiose industrial do mundo a funcionar. Já há mais de 50 anos que Kalundborg tem albergado o primeiro – e ainda mais avançado – exemplo  deste conceito.  A Simbiose Industrial ajuda as empresas a reduzir os custos das matérias-primas e das descargas de resíduos; a ganhar novos rendimentos apartir dos resíduos e subprodutos; a desviar os resíduos da deposição em aterro, a reduzir as emissões de carbono; e a formar novas oportunidades de negócio. Traz vantagens a ambas as partes, é acontece por razões comerciais e ambientais.

Industrial Symbiosis

Design waste out of industrial systems is a real game-changer and it is starting to mainstream. An already applied tool, able to advance Circular Economy, is Industrial Symbiosis.

Desenhar estruturas de forma a não existir resíduos dos sistemas industriais é uma verdadeira mudança  e está a começar a prevalecer. Uma ferramenta já aplicada, capaz de promover Economia Circular é a Simbiose Industrial.